Muitos hão de dizer “Onde estás Deus? Será que realmente existe? Pois quando O chamo em minha necessidade, Ele não vem me assistir!” ou “Deus não tem compaixão de seu povo! Logo que não vem socorrer aqueles que padecem em suas enfermidades!”. Portanto o questionamento que me faço em objeção a essas afirmações é basicamente uma indagação “Quem é Deus para nós?”
Possivelmente a primeira resposta será em uníssono “Deus é Aquele que cuida de mim!”. Essa declaração é de fato verídica, pois Deus realmente cuida de nós, pois seu amor é sem medidas e fora provado na Cruz! No entanto parece-me que essa definição é muito pobre, pois resumimos Deus á um guardião, alguém que está submetido a nossa vontade, cuja responsabilidade é nos proteger e saciar os nossos desejos! Enfim reduzimos o nosso Criador em uma espécie de servo que atende os nossos caprichos!
Entretanto, em efeito comparativo, seria mais insensato se vivêssemos essa definição na prática, concretizando aquilo que para muitos é apenas uma forma de expressão, ou seja, usar de Deus como uma caixinha mágica, onde se faz um pedido e logo se espera a realização deste e após o cumprimento daquilo que fora pedido guarda a caixinha em um canto, voltando a usar somente quando lhe é necessário!
Parece algo lunático, mas é uma ação que muitas vezes cometemos durante a nossa vida! Note a primeira citação que redigi neste artigo “Onde estás Deus? Será que realmente existe? Pois quando O chamo em minha necessidade, Ele não vem me assistir!”. Vejas que nesta frase se resume o que disse acima, reduzimos Deus a uma ferramenta e O usamos para consertar algo que por nossa culpa está quebrado e se Este não vem em nosso socorro, logo nos revoltamos e começamos a usar da incredulidade como uma afronta ou uma chantagem para conseguir aquilo que desejamos!
Outro ponto que podemos analisar nesta primeira citação é “… Pois quando O chamo em minha necessidade…” Neste trecho fica evidente a busca pelo auxílio Divino somente em um momento oportuno, ou seja, passa-se dias sem sequer lembrar-se de que existe um Deus e quando a necessidade torna-se incomoda recorre-se a Ele exigindo sua atenção!
Então torno a perguntar “Quem é Deus para nós?” Se agires como descrevi acima, certamente consideras Deus como um objeto, algo que pode ser usado conforme o grau da vossa necessidade! Todavia lamento lhe dizer, mas essa forma de proceder é condenável aos olhos de Deus e por certo lhe custará caro. Primeiramente porque não estás servindo ao Deus verdadeiro, mas usando de um deus criado por vós mesmo para alimentar seu egoísmo!; segundo porque usas do nome Santo de Deus e o atribui a um deus pagão!; e por fim, vives em uma terrível libertinagem adorando o seu próprio ser!.
Em contrapartida se ages em submissão a vontade de Deus, respeitando o que lhe é resignado e vivendo fielmente os seus preceitos, certamente tens Deus como o centro de tudo, desde o seu ambiente exterior quanto em sua intimidade. Para vós Deus não é somente um guardião, mas é aquele que te chama ao banquete celeste; exortando-vos a viver em um pleno despojamento de si mesmo, saboreando do fel amargo do sofrimento que o mundo lhe impõe, prometendo-lhe uma eternidade extasiada nos deleites que emanam da Sua doce Presença, cuja não é mais oculta aos vossos olhos!
Basta agora definir “Quem é Deus para vós?” usando de vossas atitudes, busque refletir se vossas ações estão de acordo com aquilo que pensas, pois é fácil dizer “Deus é meu tudo!” quando na verdade tem-lo por nada! Vejas onde estão vossos pensamentos e ali saberá onde está o vosso Deus! Vejas onde está o vosso amor e saberás quem é Deus para vós!