“Ninguém pode servir a dois senhores; pois odiará um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e à riqueza” (Mt 6, 24).
Jesus nos adverte neste versículo a termos o coração preso á um único amor, pois de forma alguma haveria fidelidade naquele que coloca divisões em seus sentimentos e não decide à quem realmente quer amar.
Perceba o quão são nítidas as palavras de Jesus, quando refere-se ao fato de alguém possuir mais de um amor. Ele nos ensina que não é possível ter uma relação por igual entre amores diferentes, pois ao dedicar-se a construir uma relação verdadeira com um, acabaria por consequência desprezando o outro. Se tentássemos ter uma relação por igual entre os dois, certamente teríamos um relacionamento superficial e frívolo com ambos, pois não haveria conhecimento e nem profundidade necessários para a construção de uma base sólida, onde nasceria o amor verdadeiro.
E dessa mesma forma, é a nossa relação com Deus, pois não é possível amá-lo, se já temos um outro amor em nosso coração. Ao tentar fazê-lo acabaríamos criando uma mera ilusão de um amor estrito, mas que na verdade é inexistente, algo que foi resumido apenas a palavras vazias, mas que não houve um real sentimento de amor profundo, à qual Nosso Senhor deseja.
Se desejamos realmente amar a Cristo, devemos despojar o nosso coração das falsas paixões, buscar exterminar aquilo que tem roubado e tirado o foco do nosso objetivo maior, que é ter uma intimidade com o Amado de nossa alma. Busquemos como dizia Santa Catarina de Sena, nos “prender nas celas do autoconhecimento” e encontrar todos os apegos que ainda estão implantados em nosso coração, e lançá-los para bem longe, para que assim não interfiram mais em nosso relacionamento com Cristo, Nosso Senhor.