A oração tem o efeito de consolar espiritualmente as almas angustiadas “Quando vos invoco, respondei-me, ó Deus de minha justiça, vós que na hora da angústia me reconfortastes. Tende piedade de mim e ouvi minha oração.” (Sl 4, 2). Mas somos merecedores desse ato?
Santo Tomás de Aquino responde que “a oração como qualquer outro ato de virtude, tem eficácia para merecer, por proceder radicalmente da caridade, da qual o objeto próprio é o bem eterno, cuja fruição merecemos.” ou seja se estamos sob efeito da Graça Santificante, temos como foco a busca pela união perfeita com Deus, deste modo a oração que será clamada por nós será voltada para este fim e por certo seremos ouvidos.
A oração quando provém da Caridade ela vem acompanhada de outras virtudes, que é a humildade e a fé, deste modo quando o nosso coração está intimamente ligado a Deus o nosso clamor não terá outro interesse a não ser o de permanecer no estado em que nos encontramos. Sendo assim nossa oração estará voltada em pedir a caridade infusa sem interesses corrompidos e por certo que esta oração unida as virtudes que lhe acompanham chegará ao Coração de Deus e Ele atenderá.
No entanto não creias que Deus é forçado a atender a sua prece, pois assim estaria agindo pelo o interesse da Graça e não por amor verdadeiro a Deus, porém também não deves pensar que nunca receberá aquilo que anseias, como diz o Doutor Angélico ” Devemos crer que podemos obter dele o que pedimos”, pois de fato é o próprio Senhor quem diz “Pedi e recebereis” (Mt 7,7) e São João Crisóstomo afirma: ” Deus não nega nunca os seus benefícios a quem ora, aquele que nos anima com o seu amor para não desfalecermos nas nossas orações.
No entanto a oração não é meritória se não houver a Graça Santificante, ou seja, precisa-se estar na Graça para merecer a recompensa, sendo assim a Graça Santificante procede de outra graça, logo o orar como diz Santo Agostinho já é um dom de Deus.
Também precisamos estar cientes que o mérito da oração está voltado unicamente para a felicidade, porém não esta a qual o mundo oferece, mas aquela a qual nossos olhos não contemplaram ainda, ou seja, o céu. Com isso muito do que recebemos como dádiva de Deus, não é aquilo que desejávamos no memento, porque sempre buscamos nos satisfazer com o que é terreno, enquanto Deus visa a nossa Salvação. Por isso diz Santo Agostinho: Quando suplicamos fielmente a Deus pelas necessidades desta vida somos ouvidos misericordiosamente umas vezes, e outras, não. Pois, o que é útil ao doente o médico o sabe melhor que ele. E também vai afirmar São Basílio: “Se às vezes pedes e não recebes, é que pediste mal – ou com infidelidade, ou com leviandade, ou o que não te convinha, ou porque deixaste de pedir.”
Para finalizar, nossa oração passa a ser meritória quando estamos unidos a Deus e pedimos com a intenção de salvar a nossa alma ou pela salvação de nossos irmãos!